terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Conformismo versus resiliência

Confrontados com a actual realidade, não é difícil deixarmos de imaginar que tipo de futuro, e que concretização efectiva de trabalho poderemos esperar.
Poderia fazer o fatídico discurso da escassez de trabalho, do futuro incerto, da fuga dos “cérebros” para o estrangeiro, das críticas ao sistema político e das dificuldades dos jovens no mercado de trabalho, etc… Na realidade, somos todos os dias “bombardeados” com notícias que profetizam um futuro negro, sombrio, sem um “plano Marshall” à vista, sem um Keynes visionário, apenas é-nos apresentado um amontoado de incertezas e uma série de previsões apocalípticas, para a economia e para as empresas…
 Na realidade, ficamos demasiado tempo retidos no problema, o que nos impede de prosseguir e avançar…
Pessoas, como o professor Muhamed Yunus, que aperfeiçoou o modelo do Microcrédito na Índia, sendo o mesmo adoptado por muitos bancos em todo o Mundo, é um óptimo exemplo, que o NÃO conformismo com a realidade pode estar ao alcance de um só indíviduo. O mesmo poderá se dizer de Galileu Galilei, de Cristovão Colombo, de Martin Luther King, de Thomas Edison, de Steve Jobs, etc, etc… a História está recheada de exemplos de indivíduos que não se resignaram ao primeiro falhanço, que continuaram a acreditar apesar das circunstâncias, que deram um salto de Fé para além do estabelecido…
Enquanto jovens, não será da nossa responsabilidade esta mesma atitude resiliente?
-Não digo que iremos todos mudar o Mundo, mas acredito que estará em pequenos passos que cada um de nós pode tomar!
-Ter brilho e rigor nos desafios a que se propõe; procurar sempre superar-se; ter a humildade de aprender e a coragem de errar… Na realidade, resumir-se-à a princípios sólidos de educação e de disciplina, aliados ao conhecimento.

Porquê esperar um caminho facilitado? Onde a educação é “patrocinada pelos pais e pelo Estado”, onde temos sempre de exigir um Estado Social que supra todas as nossas necessidades, onde reclamamos por não ter subsídios, por não ter bolsas, por não ter o telemóvel de ultima geração…
Habituarmo-nos a estar de mão estendida, não será exactamente o oposto ao princípio dos 90% de transpiração?

Nunca como agora, tivemos tantas ferramentas tecnológicas à nossa disposição! Estamos ainda no inicío de uma Era tecnológica, da qual as empresas tiram cada vez mais partido. São estas que têm vindo a crescer nos mercados, que conseguem se adaptar, dado o seu sistema aberto e flexível, o seu cariz mais orgânico permite os indivíduos mostrarem o seu lado criativo, tendo assim a possibilidade efectiva de dar o seu contributo e poder trabalhar para resultados visíveis.

Também nós enquanto futuros ou actuais gestores, temos esta responsabilidade de saber gerir, incentivar, cultivar um espírito de equipa, optimizar os recursos, delegar, manter a ética na gestão, seleccionar os melhores, dar o nosso contributo, “vestindo a camisola” da nossa organização.
O mercado não tem espaço para gestores mediocres, que visam apenas subir no seu escalão e usufruir de um upgrade no seu rendimento…
Temos a responsabilidade de nos superar, de exigir primeiramente o melhor de cada um de nós, enquanto profissionais!
Só posso assim voltar à questão inicial…

Poderá cada um de nós, dizer em consciência se está a ser suficientemente inconformado?

Meu artigo publicado na revista "Psicologia na Actualidade" (Edição de Julho 2012)

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