quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Cultura de "seguidismo oco"

Este mundo é estranho, parece que o pináculo do sucesso da sociedade é ser uma celebridade, onde a fama é em si a própria finalidade. 

Outrora o prestígio era encontrado através de competências reconhecidas, grandes feitos, cujo contributo para a sociedade era então reconhecido e aclamado, portanto modelo a seguir, imitável pelo mérito, um “role model”, já que o nosso instinto é imitar os tais modelos.

Este é um princípio importante na espécie humana e por isso na educação o comportamento dos adultos influência mais do que as suas próprias palavras bonitas, porque somos um animal social e porque aprendemos por imitação.
Então a fama oca encerra uma desumanização do ser humano, onde se apela ao consumo canibalista, onde o homem é um produto de entretenimento sugado até ao tutano. Os tabloides vivem obcecados com a ideia de tornar a celebridade num objecto massificado de consumo, que é tão facilmente trocado pela próxima celebridade, tão facilmente descartável… E assim vemos tantas celebridades de reality shows, da industria da música, Tv, cinema, etc, que tantas vezes são mais conhecidos pelas meias que usavam, pelo decote ousado, pelos escândalos da vida privada, do que pelos feitos realizados.
Que mensagem se transmite às gerações mais novas? Com esta cultura de seguidismo, de idolatria, de imitação, de canibalismo consumista?
As mensagens dos videoclips só vendem sexo, drogas e “bitches”. As mulheres são perfeitas e irreais, onde mais uma vez a mensagem é que ter sucesso é ser famoso, ter dinheiro, muitas mulheres (a própria mulher é um objecto de consumo) e muitos bens materiais.
Onde estão os tais grandes feitos? Os contributos positivos que esses sim, mereceriam ser imitados? Ao invés imita-se o fútil, vazio, oco, consome-se tantos produtos musicais e televisivos que estão constantemente a transmitir esta ideia no nosso subconsciente: “sucesso é ser bonito, rico e famoso!”.
Podem dizer que faz parte da adolescência, mas eu não acho normal que vivam histéricas com tantos “Justin Biebers”; “madonnas” e tantos outros, que vivem desequilibrados nas suas vidas excessivas e materialistas… mas que ainda assim, são objecto de adoração; tatuam os nomes dos seus ídolos no corpo, seguem-nos para todo o lado, imitam a sua forma de vestir, o penteado…etc.
Outros aparentemente menos permissivos aos “ídolos” podem não ser tão expressivos neste seguidismo cego, mas não serão menos materialistas, vivem para os bens materiais, onde os objectivos de vida são o melhor carro, a melhor roupa, o Iphone mais recente… Onde se anseia pela tal vida de glamour, o ser magro e perfeito…ah e que toda a gente nos ame (Não é o mesmo do quer, bonito, rico e famoso?).
Se assim não fosse, não se consumiria tantos produtos para ficar com a silhueta perfeita, não se exibia sempre a última tecnologia em telemóveis, tablets, carros e afins…
Oh que irritação, e pode ser mania minha… mas para mim, sucesso não é mesmo nada disso!
Claro que deverá haver um equilíbrio, e o problema não está nos bens materiais em si, nem em ter coisas boas, passará antes pela nossa obsessão e dependência destes. E creio que temos de pensar até que ponto estamos a ser influenciados pela indústria musical, pela indústria cosmética, moda…e andamos a alimentar os interesses destes lobbies que nos criam necessidades irreais.
…E assim tantos milhões se movimentam, porque nós acreditamos nas falsas necessidades criadas, e consumimos, consumimos… mas quanto mais se consome mais insatisfeitos nos tornamos, porquê? Porque é tudo vazio e fútil e porque na realidade NÃO PRECISAMOS mesmo de tantos bens materiais.
E há que proteger os mais novos destas indústrias. Não lhes podemos fechar os olhos, porque estão na rua, na Tv, nas revistas, nas embalagens dos produtos que compramos, nos desenhos animados, etc… é impossível fugir. Mas, podemos ensinar a escolher, ensinar a olhar com perspectiva, a compreender que os artistas são pessoas como nós, que não são especiais nem sobrenaturais, que as suas imagens perfeitas são produções de Photoshop… Pronto, ok…será tirar a magia da coisa… Mas eu prefiro faze-lo, do que permitir que sejam vítimas do consumo canibalista. Que saibam que as vidas “perfeitas” são na realidade prisões, onde miúdos trabalham 16h por dia para gravar a série que tanto gostam, onde cantam lindamente mas não podem brincar e passar tempo de qualidade com as suas famílias. Sim, que a indústria cor-de-rosa, é tantas vezes exploração de trabalho infantil (mas com outro prestígio, está claro :P), onde não se aprende a ser criança… não admira que resulte em drogas, desequilíbrios e excessos. Não, não são modelos para ninguém, são gritos de ajuda, de “meninos” que nunca puderam ser meninos, ou de pessoas que não foram preparados para o sucesso. Porque lhes é ensinado a ter, ter…e nunca a saber SER.

"Fale com os seus filhos, antes que a indústria o faça por si"
Ver este video: http://www.youtube.com/watch?v=_1CvjRuLUg4


sábado, 1 de fevereiro de 2014

Felicidade nas Organizações

Felicidade – Não será este o propósito de todos nós, ainda que muitas vezes se ande à procura desta de forma errada?
Cada vez mais este tema é abordado, e valorizado nas novas teorias de gestão, onde vários estudos apontam que no trabalho – um colaborador feliz será mais produtivo. Assim, alguns estudos têm confirmado que este factor, antes totalmente descartado, será então a ter em conta para que no final se maximize a produtividade da força de trabalho.
Vários estudos científicos, como a teoria Herzberg, indicam que nos sectores mais indiferenciados o factor salário será mais importante, mas que nas funções mais qualificadas, o reconhecimento do seu trabalho, o mérito e o sentido de realização suplantam em muito o factor remuneração.
Aqui também se aplica a pirâmide de Maslow, porque se o colaborador ganha pouco, os factores higiénicos (condições físicas e ambientais básicas) não consegue suplantar necessidades fisiológicas e de segurança social, que estão na base de todas as outras necessidades do ser humano. Superados os factores higiénicos, na realidade o dinheiro passa para segundo plano – o dinheiro não trará a tal felicidade...
A partir daqui entra a MOTIVAÇÃO (o tal caminho para a felicidade). Sabemos que hoje em dia, já muitas organizações têm consciência desta pirâmide de necessidades, e logo, procuram manter os seus colaboradores motivados. É aqui que muitas vezes entra a responsabilidade do departamento de Recursos Humanos, em implementar políticas neste sentido.
Algumas políticas de RH para fomentar a felicidade no trabalho:
-Ambiente positivo, mas desafiador e motivador (objectivos realistas e compensadores, com objectivos smart)
-Políticas sociais complementares (seguros de saúde e família, vantagens exclusivas);
-Possibilidade de progressão na carreira e abertura da chefia para propor soluções;
-Hierarquia mais horizontal (com possibilidade de refluxo de informação entre pares e superiores; com comunicação transversal e pouco burocratizada);
-Etc...