quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Mais afectividade...mais serotonina...


Ao longo da vida, de todas as coisas que podemos construir: carreira que se possa alcançar; dinheiro; medalhas; boas obras; prémios, etc… Considero que não haverá conquista mas valiosa que participar activamente no desenvolvimento da personalidade, intelecto e físico de um outro Ser humano. O impacto no desenvolvimento dos nossos filhos, a estes níveis é de facto crucial e muitas vezes descorado.

A falta de estímulos afectivos nos primeiros anos de vida tem grande propensão a desenvolver patologias ligadas ao autismo. Assim, o cuidado do corpo é tão importante como o cheiro da mãe, os beijos, os abraços, a ligação próxima que a amamentação ajuda a fortalecer... Momentos de intimidade com os filhos, onde eles aprendem as expressões, partilham emoções e criam laços de amor, serão determinantes para o seu desenvolvimento cognitivo e equilíbrio psicológico.

Numa pessoa triste, deprimida, o seu cérebro produz mais cortisol, isto faz aumentar o peso, o stress a ansiedade e a depressão.
Mas em alguém que é motivado, feliz e positivo, o seus neurónios produzem mais serotonina – a chamada hormona do amor. Esta hormona aumenta quando somos abraçados mais de 20 segundos; ou numa relação sexual; durante o parto; na amamentação (apenas alguns exemplos). Ou seja, o Amor tem uma influência química no nosso organismo, e vai consequentemente influenciar o nosso corpo e as nossas acções.
Somos “animais sociais” e o contacto humano é fundamental para o desenvolvimento equilibrado da criança. O amor tem influência no intelecto, no físico e na capacidade de agir.
Quando crescemos e entre adultos, tendemos a conter as emoções, a evitar o “amo-te”, “desculpa”, os abraços… e perto das crianças conseguimos ser mais expansivos, dar abraços apertados, aquele colinho que sabe tão bem…
Precisamos de mais demonstrações de afectividade, porque a serotonina faz bem e porque não há tal coisa como mimo a mais! Falta de educação e falta de limites na infância, nada têm a ver com excesso de abraços…
Porque o equilíbrio emocional, influência toda uma performance, assim há que aprender a ser mais positivo, dar relevância aos bons momentos, saber motivar, saber abraçar e provocar esta produção de serotonina… não sei, mas quanto a mim, aprender a arte da Inteligência Emocional, será uma arma poderosa, não podemos subestimar a influência das emoções, afinal somos um animal social!
Algumas teorias na psicologia defendem que o PsyCap - estado psicológico positivo dos indivíduos, pode ser desenvolvido e canalizado para o desempenho. Desta forma, também se defende que os líderes mais eficazes, são os mais Inteligentes Emocionalmente.
Daqui podemos reflectir sobre muitos aspectos transversais na vida e nas organizações…mas a minha questão é a seguinte: Entendendo a dimensão da importância destas questões e como estas influenciam as pessoas, não deveríamos investir mais no equilíbrio emocional das crianças?
A inteligência Emocional caracteriza-se pela capacidade de separar emoção e razão e ao mesmo tempo saber concilia-las; saber sentir mas também sabermo-nos conter e racionalizar as emoções negativas, tendo sempre presente uma consciência social, que os outros também sentem e devem de ser respeitados... Uma criança amada, abraçada, será sempre mais auto confiante. Essa segurança permite-lhe saber respeitar mais os outros e ser mais eficaz das relações sociais que desenvolve com os colegas...
Tantas vezes os casos de agressão na infância, são protagonizados por miúdos, que precisam de chamar a atenção; que têm pouco acompanhamento parental; que vivem em situações instáveis ou que simplesmente não se sentem amados!

Enquanto pais, preocupamo-nos em garantir as condições materiais e financeiras dos filhos, mas quantas vezes uma conversa, um abraço, uma partilha é mais importante do que a roupa de marca ou as férias na Disneyland? Quais são as nossas prioridades?
Por isso, de entre todas as conquistas que possamos ter ao longo da vida, o poder participar no desenvolvimento/crescimento físico, intelectual e emocional de alguém, é algo muito mais complexo e que considero de importância extrema.
Ser pai/mãe, não será para todos e exige muito de nós, mas é aquele trabalho onde se recebe mais de volta. Porque o amor é incondicional e tudo o resto na vida é só vaidade!
E como diz o meu pequenino na foto, é tão bom um abraço apertado!

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